ACM Neto assegura que escolha de Flávio Bolsonaro para 2026 não muda articulações da oposição na Bahia
Segundo ex-prefeito, reaproximação com João Roma, presidente do PL no Estado, segue avançando de forma ‘natural’
Reprodução/Instagram @acmnetooficialO vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, afirmou, nesta sexta-feira (5), durante o lançamento do Natal no Centro Histórico de Salvador, que a escolha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato do PL à Presidência da República não altera as articulações locais para unir a oposição na Bahia em 2026. Segundo o ex-prefeito de Salvador, a reaproximação com o ex-ministro João Roma, presidente do PL no Estado, segue avançando de forma “natural”, com foco em construir uma chapa única para enfrentar o grupo governista, que completará 20 anos no poder no próximo pleito.
Impacto na Bahia
Segundo Neto, as conversas ocorrem sem interferência nacional. “A gente vem mantendo aqui uma conversa muito natural que não veio de cima para baixo, as coisas foram construídas e estão sendo construídas passo a passo”, afirmou.
“Temos realizado agendas em conjunto no interior e na capital, estamos conversando sobre esse compromisso e essa responsabilidade maior com o futuro da Bahia. Então eu procuro blindar muito a questão local e esse momento importante de construção com João Roma e com o PL da Bahia”, completou.
O ex-prefeito reforçou que a decisão nacional não impede que as lideranças baianas “acelerem” a definição de alianças para disputar o governo estadual.
“Aqui na Bahia eu acho que a gente, independente disso, pode acelerar o passo de um entendimento e de uma maturidade de uma aliança contra o PT, que eu entendo ser essencial para o futuro dos baianos”.
Eleições de 2022 servem de alerta para estratégias da oposição na Bahia em 2026
Apesar de hoje se apresentar como pré-candidato ao governo, João Roma é visto como nome possível ao Senado em uma composição com ACM Neto. A relação entre os dois foi estremecida em 2022, quando Roma concorreu ao governo após um rompimento pessoal e político que durou mais de duas décadas. Naquele pleito, a soma dos votos de Neto e Roma no primeiro turno superou o desempenho de Jerônimo Rodrigues (PT), que acabou eleito.
O ex-prefeito afirma que o diálogo atual é construído internamente. “A nossa aliança aqui, o nosso diálogo aqui na Bahia, não acontece de cima para baixo, ele acontece ao contrário, de baixo para cima. Ele acontece numa aproximação natural que tem acontecido entre eu e João Roma, Roberta Roma e outras lideranças do PL”, declarou.
Debate nacional: Neto reafirma apoio a Caiado
Para ele, a Bahia está “muitos passos à frente” do debate nacional. “Eu acho que pode amadurecer uma aliança nacional mais adiante e acho que o amadurecimento dessa aliança na Bahia já está acontecendo. Nada muda o nosso desejo e disposição de que haja a melhor chapa tanto na Bahia quanto no Brasil para mudar a realidade do nosso país e do nosso Estado”.
Em meio à definição do PL, ACM Neto reafirmou seu apoio ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), como candidato à Presidência da República em 2026. O lançamento da pré-candidatura do correligionário ocorreu, inclusive, em Salvador, em abril.
“No que depender da minha vontade, será Caiado. Da minha boca ninguém ouviu nada diferente disso. Mas se vai prevalecer, passa por uma construção nacional, por ouvir vários partidos. É legítimo que cada partido coloque seus nomes”.
Bruno Reis defende candidatura única da oposição e reafirma apoio a Caiado
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), também comentou a escolha de Flávio Bolsonaro. Durante a abertura do Natal Luz Salvador 2025, no Centro Histórico, ele afirmou que irá trabalhar para unificar a oposição em torno de Ronaldo Caiado como alternativa competitiva contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.
“O que nós vamos trabalhar é para que possamos ter uma candidatura única, aquela que possa não só vencer as eleições, mas também governar o Brasil. O nosso candidato, que já havia sido colocado, que está aí trabalhando e em cada pesquisa vem aparecendo com um desempenho melhor, é Ronaldo Caiado, o melhor governador do Brasil”, afirmou.
Bruno minimizou eventuais impactos da decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a articulação local, lembrando que a Bahia já teria experimentado “ilusões” eleitorais no passado.
“O baiano caiu nessa história na eleição passada, no golpe que foi dado de que era necessário ser do mesmo partido do presidente. Se fosse necessário, não era preciso pedir quase 30 bilhões de reais de empréstimo, porque o Governo Federal repassaria os recursos para as obras”
Para o prefeito, mesmo com o anúncio de Flávio, Caiado permanece o nome natural da sigla. “Esse é o nome que, caso haja um consenso, a gente vai convergir em torno dele. Caso não haja, vamos seguir com a candidatura de Ronaldo Caiado. O povo vai decidir quem deverá disputar o segundo turno e quem é o melhor para conduzir os destinos do Brasil.”
Reações na Bahia à escolha de Flávio Bolsonaro
A decisão de Jair Bolsonaro movimentou aliados baianos. O presidente do PL na Bahia, João Roma, comemorou abertamente a escolha. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que “não há ninguém melhor para representar o nosso capitão Jair Bolsonaro que Flávio Bolsonaro”, disse ao destacar que o senador carrega “os valores do amor ao Brasil, à família e à liberdade”.
O deputado federal Capitão Alden (PL) também celebrou a definição. Em suas redes sociais, escreveu que a indicação “coloca o debate presidencial em outro patamar”. Segundo ele, com a escolha, “sai o ‘será?’ da imprensa e entra a realidade política: Bolsonaro escolheu”. “E quando o líder que enfrentou o sistema por mais de uma década define o rumo, não cabe hesitação — cabe lealdade”, pontuou.
Mais cedo, o próprio Flávio Bolsonaro confirmou ter sido escolhido pelo pai. “É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”, disse nas redes sociais.
Jair Bolsonaro, preso por tentativa de golpe de Estado, está impedido de concorrer em razão de condenações no STF e no TSE.
