Essa medida do Ministério das Cidades, que permite às famílias com renda de até R$ 9.600 por mês contratarem empréstimos de até R$ 30 mil para reformas habitacionais, pode ser vista sob dois ângulos — um positivo e outro bastante crítico.
🌟 Pontos positivos:
Estímulo à melhoria das moradias: muitas famílias brasileiras vivem em casas precárias, sem condições adequadas de segurança ou salubridade. O acesso facilitado a crédito pode ajudar a reformar e valorizar esses imóveis.
Geração de emprego: o setor da construção civil é um dos que mais emprega. Com mais obras pequenas acontecendo, pedreiros, pintores, eletricistas e lojas de material de construção são beneficiados.
Movimentação econômica: o crédito estimula o consumo interno e ajuda a girar a economia, especialmente em períodos de retração.
⚠️ Pontos críticos:
Endividamento da população: oferecer crédito sem uma política sólida de subsídio ou orientação financeira pode agravar o endividamento das famílias, que já enfrentam alta nos juros e perda de poder de compra.
Benefício restrito a faixas médias: a renda máxima de R$ 9.600 inclui famílias de classe média, mas as mais pobres — que mais precisam de moradia digna — provavelmente terão dificuldade em obter o empréstimo, já que bancos exigem comprovação de renda e bom histórico de crédito.
Caráter político-eleitoral: o anúncio em período pré-eleitoral e com destaque em “agenda positiva” sugere uso político do programa para reforçar imagem do governo, mais do que um plano estrutural de longo prazo.
Solução paliativa: reformar casas é importante, mas não substitui políticas consistentes de habitação social e urbanização de áreas precárias, que atacariam a raiz do déficit habitacional brasileiro.
👉 Em resumo: o programa tem potencial para melhorar a qualidade das moradias e estimular a economia, mas carece de mecanismos que garantam justiça social e sustentabilidade financeira. Sem isso, corre o risco de se tornar apenas um paliativo com forte apelo político e pouco impacto real sobre o problema habitacional do país.
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